No
correr dos últimos sete anos este blog se posicionou fortemente pela
democratização dos meios de comunicação, ou seja, pela possibilidade de todas
as vozes sociais serem contempladas em suas necessidades e em seus objetivos,
amparadas por uma normatização garantida pelo estado de direito em que vivemos.
Nunca foi minha pretensão lutar pelo impedimento de qualquer veículo
informativo que fosse, mas se bater de modo intransigente pelas garantias do
direito de cidadania de todo e qualquer indivíduo ou coletivo social.
Com
isso, mais uma vez afirmo que este blog buscou, da sua maneira e dentro de suas
possibilidades, denunciar os excessos produzidos na construção do discurso de
uma parcela dos veículos de comunicação, que por sua natureza, pela preservação
de seus interesses, se coloca peremptoriamente avessa à prática da comunicação
social. Refiro-me à grande mídia corporativa, porque é aí que o abuso na
mediação entre o fato e o receptor produz graves, lamentáveis distorções
informativas, influenciando de maneira poderosa a interpretação da realidade de
milhares, para não dizer milhões de pessoas.
Isso
parece chegar a um ponto asfixiante, com os persistentes ataques pessoais nas
últimas semanas, que não encontram limites. Chegamos ao ponto em que a pauta das
editorias antecipa as ações do poder jurídico, que por sua vez ganham amplitude
nas manchetes jornalísticas dos conglomerados midiáticos. Tal comportamento
escancara, 1) a impotência do cidadão diante de qualquer “verdade
noticiada", e 2) o persistente poder desses veículos de comunicação. Disso
resulta a população suscetível ao mais esvaziado jogo de opiniões, ao alcance
de palpites cada vez mais radicalizados e carentes de conteúdo.
Este,
por certo, o profundo desserviço da grande mídia corporativa: distanciar-se de
sua responsabilidade jornalística, descartando a abordagem equânime dos fatos.
Assume-se como a ponta de lança de uma proposta política esvaziada, que se
pauta em demolir a sustentabilidade de um governo legitimamente instalado. E o
que é pior, desestimula o debate mais sério e construtivo entre os agentes
sociais.
A
avidez com que se lança aos seus propósitos políticos distancia-se de sua
função básica de estimular a controvérsia, mediante um jornalismo isento,
propositivo, representativo, e oferecer a uma população mais bem informada o
poder da escolha. De modo claro e objetivo: a simplificação miserável da
mediação que propõe atualmente é a de não permitir que a sociedade disponha de
ferramentas consistentes de reflexão para sua autonomia.
Contra
isso, os interesses mesquinhos dessas corporações midiáticas, por mais
desgastante e difícil que seja, continuaremos nos incorporando à luta com
renovada disposição.