31 dezembro 2014

Transitórias ponderações


!no estamos conformes!


O último dia do ano segue como um barco em alto mar, flutuando ao sabor do acaso, onde o céu imenso se confunde com o mar, outrora inquieto e que por ora refulge a luz coroada de pequenas inconstâncias e que se esparge pelo caminho. O brilho que nos aquece e nos dá conta da mansidão da água, do silêncio de fundo à sonoridade marítima, do balouçar a deslizar nas ondulações, o sol a pino, a brisa que aporta os rumores abafados, as acrobacias dos atobás, navega-se com as certezas dos dias anteriores e de acordo com as possibilidades do presente. 

As ausências estimulam a rememoração, assim como a consciência de mundo nos solicita a ação. As conquistas não são feitas do sucesso, mas do equilíbrio, o que nos salvaguarda da autossuficiência, tão dourada quanto inconsequente. Este ano foi de conquistas duras, obtidas ao longo de muita entrega, mas o discernimento das dificuldades não encobriu a importância de se pensar na continuidade, na reflexão do que está por vir.

Compreender que os esforços não se encerram na caminhada individual, mas se prolongam e ganham sentido no bem-estar coletivo. A farsa da ilusão ou da mentira, muito presente nesse tempo de interesses mesquinhos, não se sustentam perante a consciência política. O encanto da realidade da vida cotidiana não se esgota na reprodução do espetáculo.

        

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