04 setembro 2013

Ternas revelações


Um suave deslize, que a princípio denota as primeiras sensações. Aos poucos, incorporam-se os vagos sentimentos, que transitavam por uma paisagem silente, reavivando os elementos sensórios de um mundo imaginário, muito particular. Passagem indizível, inesperada, precursora dos sinais que esparsamente prenunciam. Por capturas imprecisas, são designadas as qualidades de seus sentimentos, que o embebe em um solícito prazer. Da paisagem abrupta e indefinível, o calor da mulher sempre presente, a lhe sussurrar as mais ternas revelações. 

O espaço noturno que os abraça agora se consubstancia em um movimento de puro desejo. Se deixam permanecer, ao acaso dos segredos, da lascívia dos mundos inconscientes, e não apenas o beijo, mas a queda na profusão sensível do instante profundo, o segundo quase eterno, o regozijo de infinitas abstrações, dos desejos que não despertam nem mesmo quando o pássaro da aurora ensaia seu primeiro canto, em meio ao sonho a dois renovado pelos insondáveis capítulos da vida.


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