As tetas do neoliberalismo e seus filhotes famintos
Pela qualidade técnica e moral
desse grupamento de insanos que tomou o poder, não se esperava outra coisa,
destruição dos direitos civis, restrição dos direitos trabalhistas, eliminação
de postos de trabalho, deterioração do tecido social, violência urbana,
insegurança pautada em incertezas jurídicas, aprofundamento da desigualdade
social, dentre outros pontos. Tudo para favorecer um punhado de interesses
alocados no sistema financeiro. É de tal monta a concentração do poder dessa
gente com representação nos diversos espaços institucionais do país, que a
ordem constitucional foi fortemente abalada, espezinhada, desconstruída em seus
artigos consagrados, sem que até agora a sociedade civil conseguisse se
organizar vivamente para rechaçar tamanha vilania.
Esses representantes da ordem
golpista, instalados nos altos escalões do poder judiciário, do ministério
público, na mídia corporativa, no poder executivo e legislativo, no
empresariado rural e industrial, no sistema financeiro, consagraram novas
interpretações das leis, desconstruíram o sentido ético na compreensão política,
reduziram a percepção do bem-estar social a uma mera contabilidade de ganhos do
capital, instaurando verdades distorcidas (fake)
que promovem privilégios e segregação social definidas pelo poder econômico. Em
outras palavras, ocorreu e ocorre uma desembestada reorganização na sociedade,
em que prevalece a força dos negócios, ainda que em sua profundidade ignóbil em
relação à compreensão do processo histórico e social da sociedade, com tanto que
tais negócios produzam lucros e mais privilégios.
Em breve, com a continuidade
dessa ordem golpista tresloucada, privilégio será ter um posto de trabalho,
ainda que com renda irrisória, um lugar onde morar, mesmo que nos confins
urbanos, e acesso à portabilidade digital para se entreter com programação
descartável. É certo que esses representantes da ordem golpista imaginavam, em
suas vãs atitudes, compor um quadro irreversível, de rápida e brutal
idiotização social, para permanecerem controlando o poder, mas o acordo deveria
ter sido mais profundo, menos cínico. A devastação produzida por esses
engenheiros do caos não teria como se manter em uma sociedade que preserva uma
agenda minimamente democrática, de eleições políticas regulares. Alguns sinais
da reversão silenciosa desse estado de coisas dão conta que, a se preservar os
direitos eleitorais, muita coisa deve mudar a partir de 7 de outubro. No
mínimo, um forte basta a esse descalabro golpista.
Bem, como disse, esse limite
de ação deletéria deveria estar no horizonte da percepção dos representantes da
ordem golpista. Aparentemente não estava. Eles, como bons articuladores do
comportamento bancário e ignóbeis políticos, maravilharam-se com as delícias do
poder concentrado sem se dar conta das consequências de seus atos. É bem
possível que logo comecem a pagar a conta do despautério, e ela não será
pequena.
Seguirei mais adiante nessa
análise.