19 março 2016

#NãoVaiTerGolpe!



Avenida Paulista, 18 de março de 2016. Antes de ir para as aulas da noite, pertenço ao movimento que diz não ao golpe de Estado, conduzido por um juiz de primeira instância e pela mídia corporativa, agora sem qualquer pudor.

Os abusos perpetrados nos últimos dias contra o estado democrático de direito tiveram como resposta a concentração de milhares de pessoas em defesa da legalidade, em várias cidades do Brasil.

Aqui, uma coleção de imagens das pessoas, dos gestos de tanta beleza e participação popular. 



































15 março 2016

Tempo de dissolver



Um período muito complicado para a política brasileira, e em especial, para o governo do PT. Não sei, mas sinto uma pressão, uma ação poderosa, invisível, muito bem concatenada, que ganha espaços de poder, eliminando o consolidado das práticas constitucionais. O mais impressionante é sentir o esvaziamento do estado de direito, das conquistas arduamente sacramentadas, dissipando-se sob o discurso duvidoso de um punhado de arrivistas, que contagiam parcelas mais amplas da sociedade. Qual o segredo? A tola presunção, que aceita e profere os mais disparatados argumentos. Silenciosamente imagino que em poucos meses teremos novidades drásticas.

A velocidade deixou de ser a marca deste tempo, substituída pelo descaramento. A perda do caráter parece constituir o santo graal desta época cada vez mais leviana e sem graça. O futebol se repete aos borbotões, jogos sobre jogos, campeonatos que atravessam campeonatos, onde não se considera a qualidade como norma para proporcionar melhores espetáculos, mas a quantidade, como garantia de mais arrecadação, de mais lucro. O debate político promovido pela mídia corporativa é de uma frivolidade completa. Ele descarta o embate dos pontos de vista distintos, e investe na ideologia de seus interesses, o ponto de vista dominante, mercadológico. E como cidadãos, ficamos à deriva, de braços com a rotina repetitiva. Para Richard Sennett, "o que falta ao trabalhador da rotina é qualquer visão mais ampla de um futuro diferente, ou o conhecimento de como fazer a mudança".

Muita coisa parece ter se deslocado em seus significados, sem que algo estimulante tenha ganho o lugar. O que se perde, parece se perder definitivamente, e no lugar, um nada travestido de conhecimento.